Os Livros da Minha Vida
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Os Livros da Minha Vida

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Qualquer pessoa com a barriga cheia de clássicos
é um inimigo da humanidade.
Henry Miller, Trópico de Câncer, 1934

Henry Valentine Miller, que nasceu em Nova Iorque em 26 de Dezembro de 1891 e faleceu na Califórnia em 7 de Junho de 1980, talvez tenha maldito a pouca sorte de lhe terem dado o nome de um santo mártir, cuja origem é obscura (entre a tradição cristã e os primeiros tempos romanos). Esse nome, porém, acertou na sua vida como uma seta de carne e fogo, e tê-lo-á porventura acossado e torturado sob a forma de farpões que o acusaram de obsceno, pornográfico, libertino, guru do sexo, entre outros fustigos redutores, desde a publicação do seu primeiro romance, Trópico de Câncer, em 1934. Filho de pais alemães preconceituosos, Miller cedo demonstrou querer viver a sua vida sem professar ideias natas – carimbos sociais e políticos –, enveredando avidamente pela leitura dos mais variados autores e géneros, e contrariando, por exemplo, outras acusações de sexismo e anti-semitismo. É neste sentido legente que surge, em 1952, Os Livros da minha Vida: «Quais os assuntos que me levaram a procurar os autores de que gosto, que me permitiram ser influenciado, que modelaram o meu estilo, o meu carácter, a minha abordagem da vida?», pergunta o próprio Miller. A leitura deste livro, com verdadeiro coração vivo de livro, poderá sugerir uma resposta, e é certo que esta corre o perigo de facilmente se confundir com uma lista exaustiva de obras e autores, a qual, aliás, não passa de uma enumeração pessoal e de valor subjectivo. Não obstante esse risco, e mesmo as passagens (auto)biográficas, narcísicas, que poderão servir para avivar o lume das acusações costumeiras, Miller pega na seta do seu padroeiro e atira-a para a urgência da vida, para o mistério maravilhoso que encerra e abre ao universo, urgência essa cujo apetite é alimentado por uma leitura atenta e penetrante, viva. Afinal, «a arte nada ensina, apenas o significado da vida», tinha já escrito este homem que não desejava convencer ninguém, e sim escrever de forma livre e jubilosa, como os autores e as obras que admirava.
 

 

Marca Antígona